Com uma simples câmera, ela produz fotos únicas. Conheça a artista Cacaw!

Foto: Reprodução/Cacaw
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Ela se apaixonou pela fotografia na infância e, após ganhar um celular com câmera de seus tios, não parou mais de registrar imagens com um olhar diferenciado

A artista Cássia Regina Santos, conhecida como Cacaw, é um exemplo de jovem que utiliza do próprio olhar para transformar e romper padrões. Ela começou a fotografar ainda criança, ao ver um primo tirando fotos e fazendo vídeos das festinhas familiares.

Cacaw transforma simples objetos do cotidiano em fotografias há mais de quatro anos, mas, não se limita só a isso: ela também fotografa arte urbana, paisagens e tudo o mais que render uma boa imagem.

E já são milhares de imagens registradas, tudo com uma câmera simples de celular, revelando percepções singulares.

Moradora da Casa Verde, na zona norte de São Paulo, Cacaw conta a história de como tudo começou. “Esse meu primo tinha uma câmera VHS, que acabou caindo em desuso e, com isso, não tive mais acesso a nenhum equipamento. Passado um bom tempo, um casal de tios meus me trouxe um celular com câmera que adquiriram em uma viagem ao Japão. Comecei a registrar algumas fotos a partir daí”, relata.

Foto: Arquivo Pessoal

Só que como nem ela nem os tios não conheciam um aparelho do tipo, não sabiam que deveriam descarregar as fotos em um computador, por meio de um cabo USB. “Como eu não tinha PC, o celular funcionava como câmera, até o dia em que meus tios me deram uma câmera digital e, então, comecei a tirar muitas fotos. Eu nunca fiz curso de fotografia. Eu registro as imagens porque gosto. Quando essa câmera quebrou, eu pude comprar um celular com câmera”, afirma.

A partir de então, Cacaw começou a fazer vários registros por onde andava. O trajeto de sua casa para a faculdade (ela cursou Tecnologia em Eventos na Uninove) e vice-versa já se transformava em um verdadeiro “mural de inspirações” para os seus registros. Uma simples gotícula de água, um reflexo no vidro, uma garrafa: itens comuns para a maioria das pessoas e que ganham vivacidade nas fotografias de Cacaw.

A arte urbana também marca forte presença em seus registros. Um exemplo é o projeto Kombozas, idealizado pelo artista urbano Bonga Mac, que personaliza kombis gratuitamente por meio do graffiti, transformando a vida de muitas pessoas que utilizam o veículo para trabalhar ou, até mesmo, morar. Em contrapartida, ele mobiliza os donos das kombis a arrecadar e transportar alimentos para famílias carentes.

“Alguns dos melhores registros fotográficos que tenho do meu projeto foram feitos pela Cacaw. Ela tem um olhar muito sensível, é uma artista natural. Essa junção da fotografia com a arte urbana existe desde os primórdios da história do graffiti e da ‘pixação’ e se revela essencial, já que o processo da arte de rua é efêmero e o seu registro é o que fica”, afirma Bonga Mac. Ele também enaltece a sensibilidade de Cacaw para absorver o espaço urbano e transformá-lo em abstração, por meio de uma imagem totalmente distinta, unindo a percepção, a captura e o conceito fotográfico.  

E não é apenas por meio da fotografia que Cacaw atua na arte urbana. Em novembro de 2021, ela expôs uma de suas obras artísticas na mostra Da Rua para dentro, que reuniu trabalhos de 23 artistas urbanos no espaço do Cine Petra Belas Artes, em São Paulo, e teve curadoria de Bonga Mac e a galerista Ceres Macedo; ambos também serão curadores de uma nova mostra que exibirá trabalhos da Cacaw e outros jovens artistas iniciantes na Galeria Exílio Art, em São Paulo, no dia 25 de março.

Inclusive, a sensibilidade de Cacaw para a fotografia também chamou atenção de Ceres, que ressaltou como a artista, com seu olhar calmo e despretensioso, transforma o que vê em imagens singulares. “O meu maior desejo é que ela seja vista e reconhecida pelo seu olhar distinto e pelo seu trabalho ao qual ela se dedica. Para mim será um prazer contar com a presença dela e tantos outros talentos na exposição prevista para março, reunindo graffiti, fotografia, colagem, pintura e outras manifestações artísticas. Nós apostamos muito neles e, até mesmo, renovamos nossa forma de ver o mundo por meio de seus trabalhos”.

Confira abaixo algumas imagens da artista:

Com informações da EcoarAssessoria.

Jornalista que gosta de História e, principalmente, de ouvir e contar histórias. Um curioso que já quis ser médico, arquiteto, designer de games e músico e encontrou no jornalismo uma forma de unir todas as suas paixões. E, de quebra, ainda encontrou mais uma: a fotografia, porque não basta conquistar pelas palavras. Imagens ainda contam muito nesse mundo cada vez mais hiperconectado.

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