Mais pobres são os mais endividados, segundo a FGV
22,3% dos brasileiros com renda de até R$ 2.100 se dizia endividada em abril, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Nas demais faixas de renda, a taxa de endividados não ultrapassa os 15%.
14,2% dos que ganham entre R$ 2.100 e R$ 4.800 estão endividados, porcentual que é de 6,3% entre aqueles com renda entre R$ 4.800 e R$ 9.600 e de 3,9% para os com renda acima de R$ 9.600.
Segundo a FGV, um número tão alto não era registrado desde junho de 2016, período de forte instabilidade política e econômica em virtude do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Agora, a alta taxa de desemprego, que beira os 14 milhões de pessoas, aliada à queda no valor do auxílio emergencial são fatores preponderantes para o alto endividamento dos mais pobres.
Brasileiros estão inseguros com o futuro da economia
Uma outra pesquisa, esta do Instituto Travessia, mostrou que para quase 80% dos brasileiros, as consequências da pandemia para a economia do país serão “devastadoras” a curto e médio prazos. Esse índice é quase 20% maior do que na primeira pesquisa, realizada em março do ano passado, início da pandemia.
82% dos entrevistados, de ambos os gêneros e de todas as regiões, idades, raças e religiões disseram que a renda de suas famílias foi prejudicada na pandemia. Em junho do ano passado, 74% diziam o mesmo. 56% perdeu o emprego ou teve algum parente atingido pelo desemprego em virtude da pandemia.
E as expectativas também não são das melhores: 83% acredita que não conseguirá economizar e nem vê a possibilidade de fazer compras de valor alto, como adquirir eletrodomésticos ou eletrônicos. Apenas uma pequena parcela (9% do total) acredita que a situação econômica do país vai melhorar neste ano.
Com informações do Valor Econômico e do G1.