Ex-policial que matou George Floyd é condenado pela Justiça norte-americana
Terminou, depois de três semanas, o julgamento do ex-policial branco Derek Chauvin, acusado de matar o cidadão negro George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos.
O ex-policial ficou por mais de 9 minutos com o joelho sobre o pescoço de George Floyd que, por várias vezes, pediu socorro com uma frase que se tornou o símbolo dos protestos que vieram após a sua morte: “I can’t breathe” ou “Não consigo respirar”, em português. Enquanto era sufocado por Chauvin, Floyd também afirmou amar os filhos e chamou pela mãe.
Chauvin foi condenado, por decisão do júri popular, por três crimes, previstos na Justiça americana e sem paralelos exatos com o ordenamento brasileiro.
Para que se tenha uma ideia aproximada da gravidade dos crimes pelos quais foi acusado e condenado, podemos dizer que Chauvin cometeu homicídio doloso de segundo grau (o mais grave de todos, com pena de até 40 anos de prisão, demonstrando uma relação de causa e efeito entre a conduta do acusado e a morte da vítima); homicídio doloso de terceiro grau (demonstração a negligência com a vida humana, com pena máxima de 25 anos); e homicídio culposo de segundo grau (quando alguém submete outro a um “risco irracional”, colocando-o em risco de morte ou ferimentos graves, passível a pena de até 10 anos de prisão).
Somadas as sentenças, Chauvin pode ficar por até 75 anos na prisão.
Black Lives Matter
O assassinato de George Floyd reacendeu o movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam): logo após sua morte, centenas de protestos tomaram os Estados Unidos e outros países, inclusive o Brasil, em denúncia ao abuso das forças policiais contra cidadãos negros.
Personalidades de vários segmentos, principalmente do esporte, aderiram ao movimento, como o heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, times da NBA, da MLS e da MLB (ligas norte-americana de Basquete, Futebol e Futebol Americano) se negaram a jogar em protesto contra a morte de Floyd e também de Jacob Blake, outro cidadão afro-americano vítima da violência da polícia.
O ex-presidente Barack Obama, primeiro negro a ocupar a cadeira presidencial norte-americana foi outro que engrossou o coro em defesa do movimento e do fim do racismo.
Após o anúncio, o atual presidente norte-americano, Joe Biden (que foi vice de Obama), afirmou que a condenação é “um passo adiante” e prometeu se empenhar na criação de leis de combate aos abusos policiais e ao racismo.
Com informações do UOL, CNN, Lance, G1 e da BBC Brasil.